Alexisandros

quinta-feira, julho 06, 2006

ultima sms

Escrevo incessantemente no telemóvel, esperando as horas para ir para o mundo selvagem, numa convicção de que sem escrever nada sou e nada serei.
Como se numa mensagem de telemóvel sem destinatário e guardada nos rascunhos estivesse em causa a comida do Amanha.
Verdade é que irei por o texto na Internet na vã esperança que seja descoberto e elogiado para aumentar a auto-estima.
Simplesmente despejar mais um texto num baú confinado sem que o ponha num lugar onde o sonho possa ser real

sms #3

Falsifico sentimentos e opiniões.
Outros e os Eu´s são bloqueados á distancia remota de estacionar, ou atracar, neste profundo caís que de renome denegrido ainda exibe a placa “vem” .
Estúpido sentimento recalcado de rejeição que tudo me estraga, querendo eu o seu oposto mas também a sua concretização maldosa.
Preso nas psicologias nada faço senão auto-examinar-me na esperança, vã, de me descobrir e mudar quando na verdade só quando deixar os outros se aproximarem e falarem é que me descobrirei.
Parvo de mim.

sms #2

Escrever é o único desabafo que tenho sobre mim, sobre a minha vida.
Tudo me passa ao lado por ignorância e indisponibilidade de coração.
Choro a solidão e o insucesso, sem por ele fazer guerra.
Tréguas não existem num
Eu derrotista e auto-flagelante que num tempo calmo, e de reflexão, procura constantemente um motivo para não lutar pelo que acredita.
Sozinho me fico porque para os outros não me dirijo de coração aberto

Sms #1

Estou preso entre o sonho realidade.
Entre um futuro de sucesso e um presente de desenrasco.
Sozinho de personalidade e disponibilidade, ressentido da ultima relação fico ansioso por uma nova promessa de que tudo vai correr bem.
Preciso que apostem e acreditem em mim, por mim.
A felicidade neste momento será tão simples de alcançar.
Um sorriso e uma mão dada.
Uma companhia no cinema, e um coração generoso.
É tudo o que preciso e procuro, para tudo mudar.

terça-feira, julho 04, 2006

um fechar de olhos ...

Ai como é estranho este momento de passagem da minha vida.
Nada é como foi, nada é como esperei.

Ando doido com todos, aborrecido com tudo.

Agora fechei os olhos, e num bafo de um cigarro envenenado
Imaginei-me por momentos num grande campo de relvado, numa mesa de toalha branca, uma cadeira de madeira, um doce café vicioso, e sei que lá estava uma presença que por detrás me abraçava. Os seus largos ombros, idealmente concebido no século da falta de auto-estima, eram forte e agarravam-me como se eu fosse tudo, e eu abraçado sentia-me esse todo...

Oiço ao longe um chilrear, ao perto uma respiração forte mas suave.
Ao longe vejo um lado, ou será um rio? Não sei ao certo. Não é o mar...
Umas arvores fazem sombra no meio do campo...
Não vejo mais nada, mas sinto tudo.

Parece que todos os sentimentos de calmaria, paz, equilíbrio, o eterno equilíbrio, estão presentes neste piscar de olhos curto, neste bafo envenenado.

Dupla identidade, aqui...
O eu de olhos abertos, e o eu de olhos fechados.

como é que eu penso a Vida ?!

Queria escrever sobre a vida,
Iniciei este parágrafo inúmeras vezes, desde enunciar a vida como dura e o sonho como doçura tangente ao irreal, inúmeras ideias me ocorreram para escrever sobre a Vida.

Tenho 22 anos, que raio de legitimidade tenho eu para escrever sobre algo que agora é que conheço?
Nenhuma decerto, as minhas experiências por muito marcantes e fortes possam ser, ou ter sido, não passam de circunscritas a duração tempo de 22 anos, onde na media global da vida é um período muito curto.

Ao querer escrever sobre a vida amarga, só demonstra a amargura da minha posição a ela. Terei razão em estar assim? Será que aquilo que sinto sobre ela é verdade, ou será que só agora é que a começo a conhecer, e portanto essas afirmações negras, ou pouco educadas sobre a vida, não revelam pura imaturidade, simples adolescência frustrada & reprimida ?

Bem, vendo as coisas pelo lado da razão me dar a mão
Grande bagagem que já trago aos 22, quando chegar aos 44, estarei pronto para transformar qualquer canto de melro, no soar dos cavaleiros do Apocalipse.

Caso eu não tenha a razão na mão,
A única coisa que carrego até hoje é simplesmente frustração, por ter estado no sonho irreal, e só me lembrar de o aproveitar, quando já o não tenho.

Qualquer das hipótese, estou já a pender para o lado negativo das coisas, sem sequer pensar no lado bom que é ter vivido um sonho que me abriu a alma e o coração e que bom é ter aos 22 lucidez para pensar isto tudo, dando-me a minha própria pessoa uma hipótese de aos 44, não ser como aos 22.


on-line a bisbilhotar