Alexisandros

quarta-feira, setembro 29, 2004

Sinto em Mim... e tu, tambem sentes ?!

Sinto em mim.

Algo que não sei escrever, algo que não se escreve…

Há algo em mim que me põe num limbo constante, vejo a direita e espreito a esquerda, sigo em frente mas penso no que está atrás.
Sinto em mim algo que me faz hesitar, que me faz pensar… algo em mim coloca sempre a palavra “se”…

Ai como me sinto angustiado, asfixiado com o Se…

… Essa palavra, essa hesitação, leva-me a loucura, uma loucura de me esfaquear, de me sufocar.

Porque não consigo eu andar em frente sem pensar no passado?
Porque não consigo eu olhar e ver sem olhar e fantasiar?
Porque não consigo eu marcar uma rota sem pensar no caminho?
Porque não consigo manter-me fiel a objectivos?
Porque hei eu de alterar constantemente a rota, ignorando objectivo?

Chegarei eu a lado algum?
Há algum porto final para mim neste percurso em que eu não me sinto encaixado?

Cresce em mim a angustia de não saber, de saber e duvidar…
Limbo…
Será este o limbo entre a “normalidade” e a loucura?
Estarei eu louco?

Quero livrar-me deste “Se”!!!

Quero seguir um caminho, claro, iluminado, definido!
Não quero mais sentir em mim esse medo, essa angústia, essa dor, esse pavor…

sexta-feira, setembro 24, 2004

Eu

Eu…

O “eu” quer dizer individuo, EU.

Pois o meu Eu não existe, eu não me defino como indivíduo, mas defino-me sim como uma parte de um grupo, do meu grupo de amigos.

O grupo de amigos é, essencialmente, o espaço e o tempo que dedico a mim próprio, o meu eu é alimentado, nesse tempo e nesse espaço onde a confiança, o carinho, sinceridade e vontade de lutar são os elementos mãe.

Sendo humano sou emocional, não recusando a minha condição, sou o que se chama de “um tipo emocional”…sendo uma parte de um todo sou o que se chama “Ser humano”… sendo um ser humano, sou um todo com inúmeras partes, sou então aquilo que chamam de “universo”…

O silencio, aprisiona ou liberta-te?!

Apetece-me escrever, apetece-me aliviar esta angustia que me atormenta, esta dor que me mata, esta dor que me mata…

Escrever sem nada dizer, dizendo tudo aquilo que o silêncio pode dizer, aquilo que o silêncio diz é morte, é tudo uma agonia de liberdade de pensamento de imaginação, silêncio liberta e asfixia!
Liberta os oprimidos, e asfixia os libertos!
Silencio, encoraja ou intimida os corações que se aventuram no silencio…

Apetece-me quebrar o silêncio que me liberta e me transporta para um mundo de fantasia, um mundo utópico, não posso deixar-me levar pela minha emoção, pelos meus sonhos, maus sonhos! Não posso, não devo e não o vou fazer, choro para não me deixar mais nunca levar por essa emoção que é o silêncio.

O silêncio asfixia-me, pois liberta em mim uma ânsia de liberdade, uma ânsia de felicidade, uma ânsia que me asfixia e me encoraja a ser outro, outro ser que não tem lugar nesta vida, neste tempo, neste espaço que é em tudo contrário ao ser desse ser aprisionado encorajado no silêncio.

Tirania pura esta que exerço a mim próprio, sou tirano comigo, pois não suporto o medo de soltar, no silêncio, esse eu que sonha alto, que fala alto e que se impõe, medo aterrorizador… medo de ser esse que não tem tempo nem espaço no Hoje e aqui.

Tirania efémera esta, pois a dor de ser masoquista é insuportável à minha essência de ser Eu. Eu que se aprisiona e se liberta no silencio. Esse Eu, não pode não deve deixar de tiranizar sobre o outro eu, que sonha e anseia a liberdade, esse eu que surge no silêncio asfixiante…

A História mostra que todas as tiranias morrem, todas. A minha tirania sobre mim irá terminar no dia em que eu já mais não tiver consciência desta minha própria tirania. Será que terminará ou simplesmente passará a ser minha essência? Deixar de ter consciência desse regime brutal será deixar de o exercer?! Não creio, pois o silêncio trará sempre outros momentos, outros minutos que me farão repensar, ressentir, re-imaginar esse eu liberto que anseia pela Vida.


on-line a bisbilhotar