Alexisandros

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Senhora Depressao.

Mais um cigarro,
Mais um prego que me mata.
Mais um gosto à depressão que me comanda.

Mimo a depressão,
Doces e mais doces,
Álcool para a Senhora que há em mim
Nicotina e alcatrão…
Ataques de fúria e ódio próprio…

A Senhora que seja bem atendida, nada lhe falte!
Ela que se sacie por conta da casa,
O cliente tem sempre razão!

Ócio e ódio
Tudo a seu belo prazer,
Ela que se afogue no prazer!

Querida Senhora,
Quando não puder mais,
Não se preocupe que a levo para fora de mim!

Depressao

Negra que há em mim,
Fala, escreve por mim,
Boca e dedos não me obedecem
É ela, a Depressão que fala, que se exprime

Tem força suficiente para me anular
E comandar o meu corpo inerto, ocioso.

Deixo-a,
Deixo-me levar por ela, sem contra a maré remar
Pois sei que o rio tem no fim, não num oceano negro,
Mas numa praia azul Klein

É como um balão de criança
Que ao esvaziar faz barulho e estrilho
Afasta tudo e todos com o susto da revelação
Mas que quando sem ar, morre e é deitado fora.

A minha vida é isto, enche e vazia.

Deixem-me esvaziar a negra depressão,
Não desapareçam pois, vou voltar a rir para vós.

Eu apodero-me de "eu"

Eu,
Personalidade volátil,
Sem resistir ao circulo da ociosidade,
Fico preso a este ócio de Ser, no Tempo, sem acção.

Energia da luz que se extingue em mim
E solto-me num buraco húmido e lamacento.

Depressão da tristeza e da saudade.
Que me aprisiona, como tentáculos de um polvo negro.

Ódio e Raiva de mim
Quando o amor e carinho por outros se desvanece.

Estrangulo-me
Não resistindo a maré negra,
Que de mim corre, em mim, sem eu fazer algo.

Eu que já não sou o Eu
Chamo por mim,
Para me salvar de mim próprio.


on-line a bisbilhotar