Alexisandros

quinta-feira, outubro 29, 2009

Honesto Desabafo

Perdi-me.
Não sei onde me meti.
Não sei quem sou.

Perdi o Norte da alegria
Não encontro a companhia
Da paz-de-espírito.

Desde que o meu avo morreu.
Tudo no meu planeta mudou.
Minha mãe separou-se, a família hostilizou-se.
Guerra acesa e trincheiras formadas.
Amargura das traições
Tristeza dos abandonos.

Já passam anos e tudo parece desnorteado
Liberdade a pulso de ferro.
Sorrisos tímidos e escassos.

Ter uma migalha é hipotecar o futuro
O Presente não é o passado, e não encontro
Sonho para criar outro.

Dia-a-dia passa, rezo para que mais tempo passe
Para puder um dia descansar eterno

Cobarde de mim que nem do passado
Nostalgia sinto.

Cruel e sem valores agarrado a sobrevivência do dia
Perdi valores, perdi pessoas, perdi forças
Olho em redor e não vejo vitorias, contrapartidas
Não vejo futuro.

Sonhador com cores, tornei-me
Um cinza sem memoria.

Coração orgulhoso de altruísmo,
Tornei-me centro de Egoísmo

Sorriso acolhedor,
Para um sisudo sorriso de cumprimento

Desvirtuado; Eu.

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1 Comments:

  • Há dias em que somos felizes. Há outros que apenas horas... Noutros a esperança de um melhor

    Nenhum comentário pode sequer aproximar-se à realidade que nos expões. Há momentos que precipitam essa tua desconstrução do Mundo. Mas ela já existia. Todos nós com a idade que temos já passamos por eles. Mas o Mundo não é perfeito, linear, nem muito menos justo.

    Não me parece que tenhas perdido os teus valores. Está lá o teu sentido crítico, sintoma de integridade. Se tivesse acontecido, sim, não davas por ti sobre o que fizeste de bem ou sobre o sentido em que e de que vives.

    É da Memória que vivem as pessoas. Quando ninguém se lembrar de uma certa pessoa ela, morreu, ipso facto, no esquecimento. São aqueles momentos, pequenos mas iredutíveis, que não damos conta que constituem a nossa Memória. São eles a pátina do tempo e da nossa vivência nele.

    Às vezes sentimo-nos bem por seguir o caminho que o mundo segue, noutros não. A sociedade parece viver em constante expansão de humor. Não é um refúgio de medos e perplexidades. Mas é importante destacarmo-nos da mediocridade, questioná-lo e podemos evitar muitas complicações se relativizarmos os problemas.

    A condição humana está subjugada ao finito. Essa finitude é sempre inglória e tétrica. Quando assistimos ao definhar da Vida, sentimo-nos obrigados à reflexão e aos danos que essa perda trouxe. Encontraremos ganhos.

    Espero que te reencontres mais vivo.

    By Blogger Ludwig, at 11:25 da tarde  

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